Em entrevista ao Huffington Post, os profissionais contaram quais são as principais
queixas de diversos casais que atenderam nos últimos anos e, ao contrário do
que se possa imaginar, os fatores que mais causam desentendimentos entre quatro
paredes não estão relacionados com sexo ou dinheiro.
“O problema
número um – embora eu prefira a palavra ‘desafio’ – em casamentos é uma
comunicação realmente eficaz”, disse a psicoterapeuta Laura Young. Para ela,
saber se comunicar inclui conseguir conversar com o companheiro em um momento
de crise sem ameaçar colocar um ponto final na relação e, claro, se lembrar de
que aqueles defeitos chatos da pessoa que você ama provavelmente já faziam
parte da vida dela quando a relação teve início.
Laura explica que
é comum que novos casais procurem por uma terapia antes mesmo do casamento, o
que, para ela, é encorajador. Ela conta que as pessoas estão mais abertas para
discussões quando a relação está apenas começando. Para ela, nessa altura os
casais estão disponíveis a mudar pontos negativos de si mesmos e a aceitar os
pontos negativos do parceiro. Ao que tudo indica, isso é mais difícil em
pessoas casadas que, na maioria das vezes, “preferem estar certas a felizes”,
como resume a terapeuta.
Laura explica
também que é importante que casais que estão juntos há muito tempo cultivem o
hábito de fazerem programas a dois, como geralmente ocorre no início da
relação. “Para que um relacionamento continue sendo bem-sucedido, é necessário
alimentar as conexões românticas e emocionais entre os parceiros”, recomenda.
O tempo
Para a psicoterapeuta
e conselheira de casamentos Jean Fitzpatrick, muitos relacionamentos não dão
certo porque, depois do casamento, as pessoas se preocupam demais com a “vida
adulta” e, sem perceber, deixam que problemas financeiros ou com os filhos
suguem todo o tempo do casal.
Com a falta de
tempo para o marido ou a esposa, essas pessoas acabam se afundando em
relacionamentos entediantes, sem aventura ou momentos de intimidade. Para Jean,
esse tipo de situação é a porta de entrada para casos de infidelidade, brigas e,
eventualmente, uma possível separação. Em alguns casos, a soma desses fatores
não representa que o amor acabou, mas que a relação foi deixada de lado.
“Casais precisam
colocar seus relacionamentos no calendário. Eles precisam de rituais diários de
conexão e significantes e regulares momentos divertidos em casal”, aconselha a
especialista.
(In)sensibilidade
Para a terapeuta
sexual Dra. Jane Greer, algumas pessoas são consideradas por seus parceiros
como sensíveis demais ou insensíveis ao extremo. Nesse sentido, as queixas se
somam com a falta de comunicação. Ela explica que, por não entender as razões
pelas quais o parceiro ficou irritado ou calado, muitas pessoas acabam se
fechando mais ainda.
“Uma pessoa vai
dizer alguma coisa ou fazer alguma coisa que em nenhum momento tem a intenção
de ser antagonista ou hostil; mesmo assim, qualquer coisa dita ou feita é interpretada
como imprudente ou dolorosa. Quando a outra pessoa reage com raiva, a pessoa
que disse ou fez isso fica imediatamente confundida e desorientada e começa a
dar explicações”, conta a terapeuta.
Nesse sentido,
ela nos explica o poder de exercer a empatia, que é quando nos colocamos no
lugar da outra pessoa, de modo a buscarmos entender por que aquilo que fizemos
ou dissemos a magoou tanto. Nesse sentido, uma boa resposta pode ser: “Sinto
muito que você se sinta dessa maneira”. Ela explica que, se sentem que não
estão erradas, as pessoas não aceitam pedir desculpas. Na verdade, pedir
desculpas é algo que podemos e devemos fazer quando alguém de quem gostamos
fica magoado com o que falamos. Mesmo tendo certeza de que não temos culpa.
Dependência
Para o psicólogo Dr. Daniel Selling, que trabalha com terapia em grupo,
muitos relacionamentos não dão certo porque algumas pessoas, depois que começam
a namorar ou que se casam, se fecham para as outras relações sociais e vivem em
função apenas do marido ou da esposa.
Selling explica que muitas pessoas entram em relacionamentos com
intenções externas, como preencher a falta de um antigo companheiro,
insegurança ou medo de ficar sozinho.
Ele explica também que muitas pessoas embarcam em um relacionamento
amoroso na esperança de mudarem o que são e alcançarem algum tipo de realização
pessoal. A dica de Selling é clara: precisamos nos lembrar do velho clichê de,
antes de nos envolvermos com alguém, sermos capazes de amar a nós mesmos.
Fonte: Mega
Curioso
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