Menstruação, por
mais que seja algo absolutamente natural, ainda é um tema polêmico: em algumas
partes do mundo, asinterpretações culturais a respeito do ciclo menstrualsão
assustadoras; no mundo do esporte, é também um tabu que prejudica muitas atletas mulheres.
Aquelas que vivem
em penitenciárias não têm acesso a absorventes, como revela o livro “Presos que Menstruam”, da jornalista Nana Queiroz. Na obra,
ela relata casos como os de presidiárias que usam miolo de pão para conter o
sangramento – o mesmo problema é também parte da vida de moradoras de rua de
todo o mundo.
Para chamar a
atenção para o tema, a atleta Kiran Gandhi, de 26 anos, musicista e formada em
Harvard, decidiu participar de uma edição da Maratona de Londres, que ocorreu
em abril deste ano, sem usar absorvente, mesmo estando menstruada. A
iniciativa, é claro, abriu portas para um grande debate em todo o mundo.
“Eu fiquei
menstruada na noite anterior e foi um desastre total, mas eu não quis limpar.
Seria muito desconfortável me preocupar com um absorvente interno por 42 km”, escreveu ela sobre o ocorrido. “Se há um jeito de
transcender a opressão, esse jeito é correr uma maratona na direção que você
quer”, completou.
Kiran afirma que
sua atitude foi uma maneira de combater o sexismo e falar a respeito do estigma
que é a menstruação. “Eu corri com sangue escorrendo pelas minhas pernas em
nome das irmãs que não têm acesso a absorventes e pelas irmãs que, apesar das
cólicas e da dor, escondem isso e fingem que isso não existe. Eu corri para
dizer que isso existe e que superamos isso todos os dias. A maratona foi
radical e absurda e sangrenta em sentidos que eu não poderia imaginar até o dia
da corrida”.
Agora a história
de Kiran está sendo comentada em todo o planeta por inúmeros internautas que
dividem opiniões. Há quem acredite que a atitude da corredora foi exemplar e
corajosa, mas, como sempre, há quem também tenha feito críticas, desaprovando a
manifestação.
Por
outro lado, Kiran acredita que não falar sobre menstruação é uma forma de
opressão, escondida nas entrelinhas de quem, em pleno 2015, ainda insiste em
usar expressões como “naqueles dias”, por isso a importância de quebrar essas
barreiras.
Fonte: Mega
Curioso
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