Todos os homens
estão sujeitos a sofrer com um problema estético à medida que vão envelhecendo:
a calvície. Em casos mais dramáticos, a perda de cabelos se inicia já no fim da
adolescência, o que pode se tornar um grande incômodo para alguns. Em
compensação, há casos de homens que passam por esta vida sem qualquer perda
notável de cabelo. Então, de que forma e por que os homens e algumas mulheres
perdem cabelo? Um artigo publicado no site The Independent revelou uma análise
e algumas descobertas recentes que podem ajudar a compreender essa situação.
Porém, no artigo
assinado pelo diretor de Dermatologia do Hospital de Epworth, Rodney Sinclair,
é abordado o processo a partir da genética que caracteriza a condição de
calvície e mostra que ficar careca já pode não ser um grande risco se houver um
cuidado mínimo. Para entendermos como a calvície acontece, Sinclair explica que
há três padrões diferentes de perda de cabelo.
Os padrões de
calvície
O primeiro deles
é a calvície que ocorre a partir da linha anterior do couro cabeludo e que
atinge a maioria dos homens. Nesse quadro, surgem as famosas entradas acima da
testa, que vão aumentando na direção da parte posterior da cabeça. Nesses
casos, a perda de cabelo pode ser suave e só vai causar maiores problemas caso
as pessoas possuam a chamada recessão bitemporal, que alia esse quadro ao
segundo padrão de calvície (abordado a seguir). Em casos de recessão
bitemporal, a perda de cabelo pode ser total com o avançar da idade.
No segundo padrão de perda de cabelo, a calvície começa na coroa, a
parte de trás da cabeça, em forma de redemoinho. Aos poucos uma falha circular
vai crescendo e o couro cabeludo vai ficando à mostra.
Já a terceira situação que envolve a queda de cabelo é a geral difusa,
na qual, geralmente, a perda é notada na parte superior da cabeça e se alastra
a partir da região central. Essa condição afeta mais os asiáticos e também é o
que marca o padrão de perda de cabelo entre as mulheres. De acordo com o dr.
Sinclair, pelo menos 75% das mulheres são afetadas por essa condição à medida
que envelhecem.
O que se
descobriu sobre a perda de cabelos
Como a perda
ocorre de maneira gradativa a partir de um ponto e em algumas partes da cabeça
ela não acontece, constatou-se que há uma área afetada que vai se espalhando de
folículo em folículo, sem pular outras áreas. Não há fios de cabelo individuais
perdidos sobre a careca.
Tendo em vista
essa situação, Sinclair explica que foi especulada a possibilidade de um
processo químico que afetaria aos poucos cada folículo, se espalhando por todo
o couro cabeludo. Entretanto, não se encontrou qualquer indício químico nas
regiões afetadas.
Uma conclusão
interessante foi a de que ao transplantar os fios de cabelo localizados no
entorno das regiões afetadas para outras partes do corpo, o processo continuou.
Os fios implantados diminuíram como se continuassem crescendo no couro
cabeludo. Essa análise leva os pesquisadores a crerem que o processo de
miniaturização e diminuição dos folículos é uma questão genética e já está
programada no DNA dos folículos pilosos.
Além disso, há
uma perda de cabelo que antecede a principal, que culmina no início da
calvície, mas que pode acabar sendo invisível. Neste padrão, o cabelo vai
ficando mais fino antes de a pessoa se tornar calva. E isso ocorre porque no
couro cabeludo, os pelos são diferentes dos do resto do corpo, pois um único
folículo sustenta de dois a cinco fios de cabelo que crescem como camadas.
Dessa forma, no processo inicial, a perda acontece primeiro com as camadas
secundárias de fios de um mesmo poro, deixando o cabelo, aparentemente, mais
fino. Logo, a calvície só vai aparecer de fato quando as camadas principais de
cabelo começarem a cair.
As mulheres
tendem a ser mais observadoras com essa questão, uma vez que se preocupam mais
que os homens e possuem fios mais longos que os deles. Já eles, por geralmente
possuírem cabelos mais curtos, não notam a perda com facilidade. Dessa forma, o
cabelo mais ralo, muitas vezes, só é percebido com uma forte e dolorida
queimadura solar. Em alguns casos, o volume dos fios pode ser reduzido em
até 50% antes de qualquer calvície notável aparecer.
Conclusões e
alternativas para a calvície
As análises
indicaram que é mesmo a genética o principal fator que influencia a perda de
cabelo nos padrões apresentados. O que indica esse fato é que gêmeos idênticos
geralmente iniciam a perda de cabelos da mesma forma, no mesmo padrão e na
mesma idade. Essa constatação não deixa claro o que realmente influencia esse
processo, mas indica fortemente a influência genética. De qualquer forma, as
pesquisas continuam para buscar a compreensão do real mecanismo que determina a
calvície.
Um ponto
interessante dos quadros de perda de cabelo é que, na maioria dos casos, há uma
região da cabeça que não fica careca, a traseira, também chamada de couro
cabeludo occipital. Como essas regiões parecem não estar programadas para
perder cabelo, se os fios forem transplantados para as regiões calvas, eles
serão capazes de inverter esse processo, fazendo com que o couro cabeludo
segure os fios implantados. Esse processo, atualmente, constitui a base da
cirurgia capilar e é utilizado contra a calvície no mundo todo.
O Dr. Rodney
Sinclair ressalta que esse procedimento, aliado às novas terapias médicas para
a perda de cabelo, faz com que hoje a calvície seja totalmente tratável ou
evitável, de forma que só fica careca quem realmente quer.
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