Ficar sozinho é
uma situação vista muitas vezes como triste ou desesperadora, quando, na
verdade, não é bem assim. O filósofo Jean-Paul Sartre disse, certa vez, que se
alguém se sente entediado quando está sozinho é porque deve ser uma péssima
companhia. Talvez isso nem sempre faça sentido – em algumas situações, as
pessoas têm medo da solidão porque temem o que os outros podem pensar dela.
A revista Time publicou
recentemente um artigo escrito por Starre Vartan. No texto, ela aborda os
benefícios científicos de estar sozinho – sim, existem benefícios, pode
comemorar. É legal entendermos que Vartan não fala apenas de estar sozinho no
sentido de não estar em um relacionamento amoroso – ela mesma diz que está
namorando há cinco anos.
Na verdade, a
questão abordada por Vartan tem mais a ver com fazer as coisas sem precisar de
companhia. Você, por exemplo, já passou em frente a uma cafeteria e entrou para
experimentar um bolo que chamou a sua atenção e tomar um café, sem companhia
alguma?
Vartan, que vive
em São Francisco, nos EUA, diz que tem o costume de comer e beber sozinha e que
já reparou que mulheres, em específico, parecem ter mais receio dessas
experiências.
Quem falou a
respeito do assunto foi a professora Rebecca Ratner, em uma entrevista ao Washington Post. Segundo ela, a maioria das pessoas deixa de
fazer coisas de que gostaria simplesmente porque nem sempre tem companhia. “Mas
o negócio é que essas pessoas provavelmente seriam mais felizes saindo e
fazendo alguma coisa”, explica.
Uma publicação na
seção Science of Us, da revista New York, mencionou os estudos de
Ratner, que recentemente publicou um artigo em parceria com Rebecca Hamilton.
No texto, fica exposto nosso maior receio quando o assunto é fazer atividades
sem companhia: ao que tudo indica, tememos o julgamento de pessoas estranhas,
que podem achar que estamos fazendo alguma coisa sem companhia porque somos
incapazes de ter amigos.
Para testar essa
teoria, as pesquisadoras contaram com a ajuda de estudantes universitários.
Alguns deles visitaram uma exibição artística em grupos, e outros foram
convidados a fazer a mesma visita, mas sem a companhia de ninguém.
Os resultados
mostraram que todos aproveitaram a exposição da mesma maneira, o que fez com
que as pesquisadoras concluíssem que aqueles que “evitam praticar atividades
hedônicas (aquelas que fazemos por diversão) sozinhos estão perdendo
oportunidades de vivenciar experiências prazerosas”.
As autoras nos
aconselham a fazer atividades sem a companhia de ninguém. Elas explicam que,
para os que se sentem mais inseguros, é bom ter um livro em mãos, caso o local
escolhido seja uma cafeteria. Além disso, nos incentivam a buscar informações a
respeito do número de pessoas no local – tem quem se sinta mais desconfortável
ainda se o lugar estiver lotado.
As pesquisadoras esperam agora avaliar se pessoas em grupo realmente
julgam quem está sozinho, e, se julgam, como podemos aprender a lidar com isso.
Uma dica simples é imaginar que, na verdade, você pode estar com medo do que
pessoas que nem conhece e que provavelmente não verá novamente estão pensando a
seu respeito. Será que a opinião delas é realmente tão importante?
“Quando você compara uma experiência que é muito semelhante com ou sem
alguma outra pessoa, como visitar uma galeria ou ir ao cinema, você descobre
pouca diferença em relação à satisfação”. Ou seja: se ninguém quer ir com você
assistir àquele filme, vá mesmo assim. Isso aumenta a autoconfiança e, se for a
intenção, pode ser um bom jeito de conhecer novas pessoas.
As pesquisadoras deixam claro que o intuito não é fazer com que as
pessoas deixem de sair com amigos para saírem sozinhas. Na verdade, a ideia é
mostrar que, quando se está sozinho e com vontade de fazer algo, a falta de
companhia não deve ser um empecilho.
Fonte: Mega
Curioso
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