O uso de
desodorantes pode ser a salvação de muita gente que tem problema de
transpiração excessiva ou um dia-a-dia muito corrido, precisando manter o corpo
fresco e livre do mal cheiro por horas. Apesar disso, existem crenças de que
alguns dos compostos nos antitranspirantes podem causar problemas graves como
câncer de mama ou mal de Alzheimer. Será que isso é mesmo verdade?
Esses boatos
tiveram início há mais de 40 anos, com algumas novas descobertas nas áreas de
estudos sobre o mal de Alzheimer, nos Estados Unidos. Na ocasião, pesquisadores
descobriram que a exposição ao alumínio – presente em desodorantes na forma de
sais cloridrato de alumínio, cloreto de alumínio ou complexos de
alumínio-zircônio – provocou o dano a células nervosas de coelhos em formas
semelhantes ao desenvolvimento no mal de Alzheimer. Além disso, a exposição por
tempos mais longos foi responsável por gerar problemas como a demência.
Críticos do modelo
de pesquisa costumam apontar que os coelhos não são bons animais para testar no
caso do tratamento de doenças cerebrais de humanos, além disso apontam as
diferenças fundamentais entre a demência percebida e Alzheimer.
Alumínio
Em média, a maioria
das pessoas consome cerca de 30 a 5 miligramas de alumínio por dia na comida
que digere. O número pode aumentar até cinco gramas por dia, em média, de
acordo com a ingestão de medicamentos como antiácidos ou aspirinas. O
acréscimo, no entanto, ainda não apresenta evidências de danos ao corpo humano,
de acordo com a maioria dos especialistas que trata do assunto.
Segundo William
Thies, vice presidente da Alzheimer’s Association de Chicago diz que a ligação
do Alzheimer com o uso de desodorantes atualmente pode ser considerado apenas
uma lenda urbana, apesar de crenças antigas. Ele explica que durante o
Alzheimer, o cérebro encolhe, o que pode fazer a concentração de alumínio
consumido parecer maior, e isso não necessariamente deve ser apontado como
responsável pela doença. Por outro lado, o neuropatologista Daniel P. Perl, do
Centro Médico Mount Sinai, em Nova York, encontrou evidências de alumínio em
conexões neurais que caracterizam a doença.
Câncer
A preocupação com
câncer ligada ao uso de desodorantes também é real, é pode ter a ver com a
orientação de não utilizar os produtos antes de mamogramas. A decisão acontece
para evitar sombras e manchas acidentais em exames de raio-x, mas pode ter
gerado a confusão e a conexão com o desenvolvimento dos tumores. Contribuindo
para o fato, uma corrente de e-mail criada nos anos 90, nos Estados Unidos,
espalha o terror em relação ao câncer de mama.
De acordo com
diretor da Sociedade Americana de Câncer, em Atlanta, anualmente são milhares
de e-mails e ligações para responder dúvidas geradas a partir da corrente. De
acordo com a mensagem, as substâncias que evitam a transpiração fazem com que o
suor fique preso dentro do corpo, evitando a eliminação de substâncias que
podem ajudar a gerar o câncer. Porém, segundo Gansler, o suor é formado
principalmente por água e não é um mecanismo tão eficiente para eliminar
componentes indesejados pelo corpo, já que é mais eficaz removê-las pela uria
ou fezes.
“Se as pessoas se
preocupassem mais em alertar as mulheres a seu redor para fazerem mamogramas
anuais a partir dos 40 anos, salvaríamos muito mais vidas do que espalhando o
terror quando não é necessário”, explica o médico. Ainda de acordo com
consultor médico Timothy Moynihan, a própria da entrada de tóxicos pelas axilas
capazes de migrar para nódulos linfáticos e chegar até os seios não faz muito
sentido biologicamente.
Hoje em dia, o
consenso médico é de que as mudanças no estilo de vida, como a prática de
exercícios, são muito mais importantes do que a presença ou ausência dos
desodorantes. Ainda que você queira buscar elementos cada vez mais naturais,
existem sprays e pomadas capazes de oferecer o mesmo efeito dos desodorantes
sem a presença de alumínio, mas Moynihan alerta que a preocupação é
desnecessária. “Todo mundo se preocupa com o risco dos desodorantes, mas
ninguém para de fumar”, provoca.
Fonte: Fatos Desconhecidos
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