Não há dúvidas: a depressão é
uma das doenças mais em pauta no momento, e assim como é importante falarmos
sobre saúde mental, é igualmente essencial conhecermos mais a fundo cada doença
que possa comprometer nosso bem-estar emocional.
Um novo estudo
divulgado pela Universidade de Harvard revelou que a depressão afeta
também nossa habilidade de raciocínio. Além dos sintomas típicos da doença, que
incluem o sentimento de tristeza e vazio por longos períodos; a sensação de
falta de energia; o desinteresse pelas coisas que antes davam prazer; e as
variações de apetite e sono; agora está comprovado que a depressão também
prejudica nosso cérebro em termos de atenção, memória, processamento de
informações e capacidade de tomar decisões.
A lista dos
sintomas negativos realmente aumenta, e não para por aí: a depressão também
diminui o que chamamos de flexibilidade cognitiva (que basicamente é a nossa
capacidade de adaptar projetos e estratégias a mudanças) e o funcionamento
executivo, que é a nossa capacidade de ação, de um modo geral.
Tratamentos
Em casos de
depressão grave, o uso da medicação resolve aspectos relacionados a humor e
energia, além de devolver ao paciente a sensação de motivação diante dos
desafios cotidianos – acredita-se que os antidepressivos sejam menos úteis,
inclusive, para casos de depressão leve ou moderada.
O que ainda não se
sabe ao certo, contudo, é como o tratamento com esse tipo de remédio afeta o
cérebro em termos de disfunções cognitivas, mas os resultados de uma pesquisa
recente sobre o temaacabaram de ser divulgados.
Essa pesquisa usou
como base mais de mil pacientes que tratavam a depressão com escitalopram,
sertralina ou venlafaxina. Para os estudos, elas tiveram que realizar alguns
testes cognitivos, e o que se percebeu foi que não houve diferença de ação
entre os medicamentos nesse sentido – além do mais, 95% dos pacientes não
mostraram qualquer melhora de desempenho.
Esperança
A verdade é que,
para a equipe científica, esse resultado não surpreende, afinal o propósito dos
antidepressivos nunca foi o de melhorar funções cerebrais cognitivas, mas sim
melhorar o humor e a vontade do paciente de praticar atividades agradáveis.
Além do mais,
funções emocionais são processadas em regiões cerebrais diferentes das que
processam funções cognitivas, por isso esses remédios não funcionaram nesse
aspecto. A expectativa é a de que novos medicamentos possam atuar nesses dois
âmbitos.
Terapia
O tratamento da
depressão geralmente inclui outros tipos de terapia além da medicamentosa, e a
terapia cognitivo-comportamental pode ser muito útil para pacientes que têm
déficit cognitivo, uma vez que ela faz com que a pessoa aprenda a reconhecer
dificuldades cognitivas e a lidar com elas.
A terapia de reabilitação cognitiva é também
uma opção, já que se fundamenta em exercícios que se propõem a melhorar a
memória e o funcionamento executivo dos cérebros dos pacientes. A combinação
dos medicamentos com algum tipo de terapia psicológica certamente produz
melhores resultados, especialmente em longo prazo.
Estudos como esse nos ajudam a entender
melhor a complexidade do cérebro humano, assim como suas facetas em termos de
doenças e transtornos mentais. Conhecer é fundamental para buscar novas formas
de tratamento, e quem sabe um dia teremos um medicamento completo o suficiente
para suprir todas as demandas químicas de uma pessoa com depressão.
Fonte: Mega Curioso
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