As fotos do
‘selfie’ no Instagram ou no Facebook exibem a barriga ‘negativa’, conquistada
por meio de dieta balanceada, aliada à dura rotina de exercícios. Receitas de
sucos, saladas e carnes brancas também têm espaço nas redes sociais, bem como
séries de musculação, pilates e movimentos da ioga. Um ‘empurrãozinho’ da
tecnologia bastou para transformar pessoas comuns, que decidiram levar uma vida
mais saudável, em novas celebridades e quase ‘gurus’ do mundo fitness na
internet. Mas especialistas alertam: montar uma rotina apenas com base nas
informações da web pode causar sérios problemas à saúde.
“É possível, sim,
se orientar pela internet. Dá para encontrar uma imensa variedade de receitas
para melhorar a dieta e aumentar as opções para ter uma alimentação saudável. O
problema é que as pessoas acabam pecando por alguns excessos”, declara a
nutricionista Vanda Tatiana Aquino. Uma das preocupações é a moda da ‘dieta da
proteína’, cuja promessa é queimar calorias e fornecer a chamada ‘massa magra’.
“O consumo excessivo de proteínas pode acarretar problemas nos rins, no fígado
e na corrente sanguínea. Muita gente vai parar no hospital porque cortou todo o
fornecimento de energia do corpo”, explica.
Isso sem contar
as falhas cometidas por quem cria a própria rotina de exercícios. Problemas na
coluna, ligamentos rompidos e inflamações estão entre os resultados comuns da
prática de esportes sem o acompanhamento profissional, segundo Vanda. “Cada
pessoa tem um peso, uma altura, uma estrutura física e um estilo de vida
diferentes. O profissional tem o papel de adequar a dieta às necessidades do
paciente, e a internet entra como aliada”, opinou a nutricionista.
Para a psicóloga
Arailu Arenas, o maior problema é a falta de maturidade no uso das redes. “A
internet é terra de ninguém. Se o usuário souber tirar o que é bom, ótimo. O
problema é quando a pessoa entra na fixação de copiar exatamente como o ‘ídolo’
faz. Há portais que exaltam a anorexia e a bulimia, que são distúrbios
alimentares bem graves”, explicou. A psicóloga alerta também para as
consequências da padronização da beleza. “Nem todo mundo vai malhar, comer bem
e ter o corpo dos sonhos. É uma questão de genética. O acompanhamento
profissional é importante para que o pacientenão se despersonalize”,
acrescentou.
Proteína eleva o
colesterol
A nutricionista
Vanda Aquino alerta para os principais problemas decorrentes de uma dieta
hiperproteica. Segundo ela, ao contrário do que muitos acreditam, o excesso de
proteínas também pode causar aumento no colesterol. “Se houver uma quantidade
alta do nutriente na circulação, a proteína é armazenada na forma de gordura,
contribuindo para o desenvolvimento de doenças cardíacas”, explica.
O consumo elevado
de proteínas também pode sobrecarregar os órgãos, gerando acúmulo de gordura no
fígado e insuficiência renal, além de provocar aumento da excreção de cálcio,
favorecendo o desenvolvimento da osteoporose. Por períodos prolongados, a dieta
também pode causar cansaço físico e mental, além de dores de cabeça.
Fonte:
OJornalDeHoje
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