A Ciência tenta explicar
A traição já foi
tema de inúmeros estudos científicos, e vários deles apontaram que existem
certos aspectos primários que parecem tornar as pessoas mais propensas a serem
infiéis. Um desses aspectos seria o gênero, já que os homens — por produzir
mais testosterona do que as mulheres — têm maior desejo sexual, o que, por sua
vez, os torna mais inclinados a trair suas parceiras.
Além disso,
algumas pesquisas revelaram, por exemplo, que existe a possibilidade
de que determinadas variações
genéticas tornem alguns indivíduos mais — ou
menos — inclinados a ser infiéis com seus companheiros. No caso das
mulheres, há cientistas que acreditam que em muitos casos as
“traidoras” são descendentes de pais mulherengos, e herdaram esse comportamento
de seus progenitores.
Uma pesquisa apontou ainda que determinadas pessoas —
normalmente mais homens do que mulheres — traem por ter necessidade de sentir
que estão no controle, o faz com que elas se sintam poderosas.
Evolutivamente
falando
De acordo com a
teoria evolutiva, a propensão de os homens serem mais promíscuos teria sido
fortemente influenciada pela necessidade de espalhar as suas “sementes”. As
mulheres, por outro lado, seriam motivadas pela busca de parceiros com
qualidades genéticas que pudessem garantir uma prole saudável.
Mas não pense que
as nossas ancestrais não tinham mais de um parceiro também! A diferença é que
elas os buscavam no intuito de criar uma espécie de “plano b” — ou seja,
para que elas tivessem um substituto que pudesse fornecer comida, abrigo e
proteção no caso de que os seus companheiros morressem.
Além disso, as
mulheres que tinham mais de um parceiro também tinham acesso a mais
recursos — como alimentos e outras provisões —, e talvez até gerassem
mais filhos, criando uma maior variação genética em sua linhagem. Você percebe
aqui a diferença nas motivações que levavam os nossos antepassados a serem
promíscuos?
Mais explicações
De acordo com uma série de levantamentos, pessoas com orientações
políticas mais conservadoras ou muito religiosas são menos propensas a ser infiéis,
justamente por terem valores mais rígidos. Além disso, a personalidade também
exerce uma forte influência na hora da traição, já que indivíduos menos
escrupulosos ou com determinados perfis costumam ser menos fiéis.
Pode acontecer também que uma pessoa não seja especialmente inclinada a
trair, e ela pode até estar superfeliz com seu relacionamento. No entanto,
novos fatores podem surgir em sua vida, tornando-a mais vulnerável a cair na
tentação. Algumas situações podem ser mais tentadoras do que outras, como o
tipo e o ambiente de trabalho, por exemplo.
Nesse sentido,
locais de trabalho com homens ou mulheres demais podem ser um fator de risco,
assim como atividades que envolvam tocar outras pessoas, passar muito tempo a
sós com alguém ou, ainda, que incluam a necessidade de ter conversas muito
pessoais.
Ademais, quando o
assunto é “pular a cerca”, pessoas que vivem em regiões urbanas costumam ser
mais liberais do que as que vivem em áreas rurais ou cidades pequenas. As
grandes metrópoles, por serem muito mais populosas, também proporcionam um
ambiente de maior anonimato, além de oferecer uma maior variedade de parceiros
em potencial para possíveis aventuras amorosas.
Além disso,
problemas no próprio relacionamento também podem levar à traição, e a falta de compatibilidade — seja em termos de
personalidade, nível de educação e insatisfação, por exemplo — entre os
parceiros é um fator muito importante, já que ele pode provocar conflitos que
levam à infidelidade. Entretanto, apesar da influência genética e social, a
verdade é que a traição é uma questão de escolha.
Motivações
De acordo com diversos especialistas, algumas das principais razões que
levam homens e mulheres a trair são o tédio, a solidão, a vingança, a excitação
que a situação desperta, a busca por liberdade e pela intensidade sexual —
entre outras tantas. Contudo, as motivações que conduzem homens e mulheres à
infidelidade são bem diferentes.
Quando o assunto são as emoções, os homens e as mulheres “funcionam” de
forma bem diferente. Eles, quando traem suas companheiras, normalmente estão em
busca de sexo e atenção, e não de um relacionamento afetivo. Os rapazes também
tendem a pensar menos a respeito da situação, e conseguem sair dela com mais
facilidade. Sem falar que eles se arriscam mais e se preocupam menos com a
possibilidade de serem descobertos.
As mulheres, em
contrapartida, geralmente avaliam mais a situação e traem na tentativa de
preencher lacunas emocionais. Sendo assim, elas muitas vezes criam laços
afetivos com seus amantes e, além de pensarem mais antes de decidir ter um
caso, as mulheres conseguem identificar o perigo de perder seus companheiros se
forem pegas.
Ainda sobre as
motivações das mulheres, segundo os especialistas, muitas vezes elas são
infiéis durante períodos de transição, quando desejam sair de um relacionamento
ruim. As traições também acontecem com frequência em momentos de grande
vulnerabilidade ou mudanças importantes — como a perda de alguém querido ou o
surgimento de alguma doença grave na família, por exemplo.
E por que ela é
tão dolorosa?
O conceito de
monogamia, assim como o de felicidade e o que os relacionamentos representam —
bem como o que esperamos deles — mudou bastante ao longo da História.
Hoje em dia,
quando buscamos um parceiro, nós não queremos um simples companheiro. Nós
esperamos que o outro preencha uma longa lista de necessidades, e que ele se
torne o nosso amante, melhor amigo, companheiro emocional, confidente, par
intelectual etc. Ao mesmo tempo, nós acreditamos que somos insubstituíveis,
indispensáveis e únicos para o outro — e o problema é que a infidelidade prova
que não somos nada dessas coisas.
Portanto, quando
a traição acontece, invariavelmente nós vamos nos questionar sobre o que
poderia haver de errado com o nosso relacionamento ou, pior, sobre o que há de
errado conosco. Assim, segundo Esther, a traição sempre foi dolorosa.
Entretanto, atualmente ela se tornou especialmente traumática porque ela ameaça
a nossa autoestima, viola a nossa confiança e pode inclusive nos levar a ter
crises de identidade.
Curando o coração
Infelizmente, em se tratando de relacionamentos, a verdade é que nós
somos incapazes de controlar as vontades e as ações dos nossos parceiros. E,
por mais que a gente tente completar a outra pessoa e fazê-la feliz, no fim das
contas, se ela decidir nos trair, não há muito podemos fazer a respeito.
No entanto, um bom começo é ter uma conversa franca com o seu
parceiro, para que cada um de vocês defina o que é considerado como traição —
sair para almoçar com outra pessoa sem avisar, ter conversas íntimas online com
desconhecidos, trocar beijos, fazer sexo? Dessa forma fica mais fácil
identificar e estabelecer quais são os limites da relação e, assim, causar
menos sofrimento para os dois.
Por outro lado, se a traição acontecer, conforme disse Esther na
palestra, para alguns relacionamentos, a infidelidade é um sinal de que eles já
estão morrendo, enquanto que para outros, ela é o choque que serve de motivação
para a busca novas possibilidades.
Além disso, há quem consiga transformar a crise em uma nova oportunidade
e, se vale de consolo, pense que a maioria dos casais que já passaram por esse
tipo de experiência permaneceram juntos.
E mais: a traição nunca deixará de existir, e é importante lembrar que
existem muitas outras formas de trair o seu parceiro — através de violência, da
negligência, do desprezo e da indiferença. Isso significa que a vítima da
traição nem sempre é a vítima do relacionamento, portanto, fique ligado!
Fonte: Mega
Curioso
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