Segundo pesquisas realizadas na Europa, um a cada seis jovens adultos apresentam baixos níveis de testosterona e baixa contagem de espermatozóides, e há quem acredite que o motivo é a contínua exposição ao plástico. No entanto, há estudos a favor e contra essa teoria, o que faz com que uma resposta definitiva à questão ainda esteja longe de ser encontrada.
O plástico é parte do nosso cotidiano em tantas maneiras que é difícil
para qualquer um numerá-las todas. Para dar alguns exemplos básicos, ele está
na sua escova de dente, em praticamente qualquer embalagem, nos brinquedos das
crianças, nos potes e vasilhas, na geladeira, no computador, nos automóveis e
até mesmo em algumas roupas.
A dificuldade de determinar se o plástico é prejudicial ou não vem do
fato de que não há um grupo controle – que não tenha sido exposto à substância
– que sirva de comparação para um estudo detalhado. Talvez você deva estar
pensando que não se expõe tanto assim ao contato com plástico, mas o copo
descartável em que toma água ou café no trabalho, o mouse e teclado do seu
computador e até mesmo o fone de ouvido que usa no caminho de casa para o
trabalho ou escola são feitos desse material.
A culpa seria
dos plastificantes?
Um fato
interessante sobre o plástico é que ele é naturalmente duro e quebradiço. O que
o torna maleável e resistente são diversos tipos de produtos químicos, chamados
de plastificantes. Quanto mais flexível um plástico, maior a quantidade de
plastificante adicionada a ele.
O problema é que
esses produtos “vazam” do plástico com o tempo, o que explica porque objetos
feitos com ele se tornam novamente rígidos e quebradiços ao longo dos anos. O
plastificante mais usado se chama ftalato, derivado do ácido ftálico, e possui
diversos usos diferentes, dependendo da forma com que é utilizado.
Testes feitos com
ratos de laboratório mostraram que fêmeas prenhas que foram expostas a ftalatos
tiveram filhotes com baixa contagem de esperma, o que serviria de indício para
a tese a favor. No entanto, a dosagem aplicada foi 50 mil vezes mais alta do
que a exposição média que uma humana gestante sofre.
A resposta ainda é
um mistério
Fetos humanos
(obtidos eticamente através de abortos autorizados judicialmente) expostos à
mesma superexposição de plastificante não apresentaram nenhuma variação nos
níveis de testosterona. Exames realizados com chimpanzés, mais semelhantes com
os humanos geneticamente do que os ratos, também não apresentaram diferenças
significativas.
Apesar de
resultados conflitantes como esses serem algo comum em estudos científicos, o
que dá margem para pesquisas ainda mais aprofundadas, isso acaba aumentando o
tempo necessário para que se encontre uma resposta definitiva para o problema.
Enquanto isso, permanece a dúvida: a exposição contínua ao plástico está ou não
deixando os homens inférteis?
Fonte: Mega Curioso
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