Depois do último
surto de gripe mundial, do vírus H1N1, vários centros de pesquisas e
universidades têm se dedicado a encontrar uma forma de vacinar a população de
forma a proteger as pessoas contra todos os tipos de gripe e, mais importante,
“para sempre”. Dois grupos — um na Holanda e outro nos EUA — já começaram os
primeiros testes de uma vacina com essas características, mas o produto parece
longe de estar pronto.
O grande problema
de uma vacina contra os vários tipos de gripe é a mutação que o vírus sofre com
o passar dos anos. Ele carrega uma grande “casca” proteica que serve como
proteção para si e também engana o sistema imunológico dos animais, quase como
uma isca. Essa casca é a parte que sofre mutações praticamente todos os anos e,
por isso, o nosso corpo não consegue criar resistência definitiva, uma vez que
o vírus sempre aparece com uma forma externa diferente.
A solução
No seu interior,
entretanto, o esquema de proteínas é muito pouco variável. É essa região do
vírus que realmente causa a gripe e que conta com todos os “mecanismos” de
reprodução do vírus, causando a infecção no hospedeiro. Tendo identificado
isso, um grupo de pesquisadores do Crucell Vaccine Institute, na Holanda, e
outro do Scripps Research Institute, na Califórnia (EUA), começaram a trabalhar
em uma vacina para treinar o nosso sistema imunológico para atacar essa parte
central do vírus, e a não a “isca” externa.
Teoricamente, uma
vacina como essa poderia funcionar praticamente para sempre uma vez injetada em
um ser humano, já que a parte central do vírus da gripe não sofre muitas
mutações. Contudo, há muita dificuldade em replicar em laboratório esse esquema
de proteínas central para a criação da vacina. Por isso, até hoje, isso nunca
tinha sido feito.
Ambos os
institutos de pesquisa, nos EUA e na Holanda, conseguiram replicar o esquema
central de proteínas do vírus e criaram vacinas funcionais. Elas foram testadas
em ratos, furões e em macacos infectados com vários tipos de vírus da gripe,
incluindo o H1N1 e o H5N1 (gripe aviária).
Tem que ser
"mais forte"
As vacinas
conseguiram preparar os sistemas imunológicos desses animais e salvaram a vida
de alguns indivíduos que receberam doses letais do vírus. Contudo, elas ainda
são muito fracas para impedir que a doença se espalhe pelo corpo, tendo apenas
abrandado os sintomas.
Por conta disso,
ambos os grupos de pesquisa estão trabalhando no aperfeiçoamento de suas
vacinas para que elas funcionem de forma a impedir que as pessoas sequer fiquem
doentes, ativando assim o sistema imunológico adequadamente.
Fonte: Mega Curioso
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