Quando uma pessoa se casa com a outra e não há algum acordo de relação aberta,
o esperado é que haja fidelidade, mas nem sempre é isso o que acontece. A
empresária Isabel Dias resolveu vivenciar a traição que sofreu do marido,
depois de 32 anos de casamento, de uma forma bastante diferente.
A infidelidade do ex-marido foi a razão para o divórcio e para que
Isabel se tornasse escritora. Para resolver o fim do casamento, ela decidiu ter
relações sexuais e afetivas com 32 homens diferentes – cada um representaria um
ano de casamento.
Isabel fala a respeito da infidelidade que sofreu no livro “32 – Um
Homem para Cada Ano que Passei com Você”, que será lançado em setembro. Bem
humorada, ela afirma que casos de traição são muito mais comuns do que
imaginamos, e que eles independem da beleza, do companheirismo e da
personalidade da mulher traída. “Saí da zona de conforto e entrei na zona”, diz
ela sobre ter pedido o divórcio e entrado em uma aventura de relações íntimas
com vários homens.
Contando com a
ajuda de um site de relacionamentos para conhecer novas pessoas, Isabel criou
um perfil com um nome falso. Lá, ela se identificou como Estela Andrade, e seu
perfil tinha a seguinte descrição: “Recém-divorciada, com filhos já criados,
vivendo sozinha em SP, pretendendo conhecer pessoas sem mudar minha condição
atual... Mulher de nível superior, interessante, divertida, 48 anos, branca,
loira, 1,70m e 53 kg”. Além da idade e do nome, todas as informações eram
verdadeiras.
Quando Isabel
soube da primeira traição do marido, resolveu dar uma segunda chance ao
casamento, mas os casos de infidelidade não pararam por aí. Aos poucos, ela foi
descobrindo a existência de outras mulheres e, com o passar do tempo, decidiu
se separar, mudar de cidade e viver pelo menos 32 novas experiências, sexuais
ou não, com homens diferentes e, de acordo com ela mesma, “o que pode ter
começado como vingança acabou se convertendo em um grande aprendizado”.
Os primeiros
textos foram escritos como uma espécie de terapia. Com a ajuda do filho, que é
jornalista, ela decidiu criar um blog e, depois de alguns anos, o projeto vai ganhar a
forma de livro.
Sua primeira aventura foi com Rodrigo, um homem de 35 anos, engenheiro,
descrito por ela como alto, bonito e moreno. “A textura da mão dele em mim. O
falar, muito, de tudo. Contar, rir durante, como se fosse a coisa mais trivial
do mundo. E eu apavorada! Tremendo. Mas senti que era o momento de me soltar.
Que também era hora de me divorciar do medo... E assim foi, pela primeira vez,
naquela tarde”, diz ela em um trecho de seu relato.
De acordo com Isabel, sua primeira descoberta foi com relação à própria
sexualidade: “sou muito melhor do que imaginava”. Depois, ela aprendeu a ter
prazer, a conhecer melhor o próprio corpo a ponto de deixar suas preferências
bem claras para cada novo parceiro.
É claro que nem todas as experiências foram positivas. Ela recebeu várias
respostas negativas durante o processo de busca por novos parceiros e também
passou por algumas surpresas, quando encontrou um homem que mentiu a respeito
da idade (era bem mais novo) e do peso (tinha em torno de 50 kg a mais do que
descrevia em seu perfil).
Ainda assim, ela ressalta que a aparência não é o mais importante –
dizer a verdade é que é. Sua melhor experiência não foi com o homem mais bonito
com o qual saiu, mas com Marcy, que ela passou a chamar de professor. Ele tinha
56 anos, era casado, culto, alto e acima do peso. “Saímos da varanda para o
quarto dele e ele me fez o que nunca fizeram. Me despiu com calma, devagar,
apreciando meu corpo e, ao final, pediu para eu me afastar, para que pudesse
admirar”.
“Foi com o professor que concretizei algumas fantasias, uma delas de
sexo a três, minha primeira experiência com uma mulher. Ele convidou uma amiga
para a comemoração de um aniversário meu. Foi um presente”, conta ela, que
ainda diz se encontrar com esse homem esporadicamente.
Além do sexo a três, Isabel também fez swing, e descreveu a experiência
como “ver um filme pornô ao vivo”. A experiência, para ela, foi extremamente
excitante e a fez perceber que “o prazer não se limita a quatro paredes e a
duas pessoas”.
O processo de libertação foi lento, é claro. Isabel precisou romper com
os próprios preconceitos e moralismos em nome da liberdade que desejava tanto
ter. No final das contas, ela garante que a experiência vale a pena. “Eu não
sei quantas [pessoas] meu ex-marido trouxe para nossa cama. Pelo menos agora,
eu sei com quem eu tô saindo. Sexo agora é seguro sempre. No casamento, não. O
crescimento da Aids entre mulheres maduras é muito em função disso. Você é fiel
e acha que tem um único parceiro, só que não sabe quem veio para a sua cama
junto com ele”, afirma.
O lançamento do livro é também o lançamento de uma nova vida para
Isabel, afinal, até agora, poucas pessoas de seu antigo convívio sabiam do
experimento realizado por ela, que já espera por julgamento e comentários
preconceituosos, mas pensa apenas nas mulheres que ajuda com as suas histórias.
“Eu troquei o divã pela cama. E foi mais divertido. Recomendo”, garante
ela.
Fonte: Mega Curioso
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