Você já ouviu
falar a respeito da atresia vaginal? A palavra “atresia”
significa “oclusão das aberturas naturais (ducto ou orifício)
do corpo”, e, como estamos falando de atresia vaginal, você já pode imaginar
que isso significa, portanto, que algumas mulheres simplesmente nascem com o
canal da vagina fechado.
Pode parecer
absurdo demais, mas essa não é uma situação considerada rara – estima-se que 1
em cada 5 mil mulheres nasça com a condição em todo o planeta. Visualmente
falando, a vagina de uma paciente com atresia é normal: tem clitóris, uretra e
lábios, mas o orifício vaginal é fechado.
Uma das
principais causas dessa diferença anatômica é a chamada Síndrome de
Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, que interrompe a formação da genitália feminina
durante o desenvolvimento do feto. Embriões são seres indefinidos, ou seja:
homens e mulheres são formados da mesma maneira, e o gênero como formação
biológica só começa a ser definido depois de nove semanas de gestação.
Muitos testes
genéticos já indicaram que más-formações envolvendo orifícios geralmente estão
associadas a uma breve falta de oxigenação entre a 6ª e a 9ª semanas de
gestação – não é, portanto, uma característica que a mãe pode passar para o
bebê.
Tratamento
Os tratamentos
variam de paciente para paciente, mas existem duas opções mais populares, com a
finalidade de possibilitar que a mulher possa ter uma vida sexual normal. Em
alguns casos, uma cirurgia corretora considerada de pequeno porte pode ser
realizada.
Em
outras pacientes, às vezes é necessário que a técnica chamada de “dilatação”
seja realizada. Esse processo é mais lento e requer muita paciência e
motivação. Basicamente, a ideia é alargar o orifício vaginal com o auxílio de
objetos dilatadores – começa com um de circunferência pequena e vai aumentando.
Esses
dilatadores são feitos de tubos de vidro, e a mulher precisa fazer pressão com
a ajuda desses objetos no canal vaginal duas vezes por dia: durante meia hora
pela manhã e meia hora à noite. Aos poucos, o tecido vaginal vai cedendo e a
cavidade, sendo formada. Infelizmente, o processo não é exatamente rápido e
pode durar até dois anos.
A
motivação é necessária justamente por isso, pois algumas mulheres abandonam o
tratamento antes de ele estar finalizado e, quando isso acontece, o tecido
volta a se contrair. Então, se depois a paciente quiser retomar a terapia da
dilatação, ela vai ter que começar do zero.
A ideia é que os
dilatadores sejam usados até que a mulher alcance o tamanho máximo e pratique
relações sexuais regularmente. Com o passar do tempo, o uso do dilatador deixa
de ser necessário. No caso da cirurgia, depois de três semanas, a paciente pode
ter relações sexuais normalmente. Em comparação com o uso de dilatadores, é
recomendado que a mulher aguarde cerca de um ano antes de começar a fazer sexo.
Atualmente,
é recomendado que meninas recém-nascidas passem por uma avaliação de formação
vaginal, pois, quanto mais cedo o diagnóstico, menores os riscos físicos e
emocionais provocados pelo tratamento. Há casos de mulheres que só descobrem
que não têm o canal vaginal aberto quando menstruam e sentem muita dor abdominal
devido ao sangue que precisa sair e fica preso.
A
maioria das mulheres que nasce com a condição não pode engravidar, pois, quase
sempre, além da abertura do canal vaginal, elas nascem sem útero. De qualquer
forma, vale frisar que isso não ocorre em todas as pacientes.
Fonte: Mega
Curioso
Postar um comentário