Se você já
não está mais no Ensino Fundamental há tempos, provavelmente ainda se lembra do
nome daquela sua melhor amiga ou daquele amigo inseparável que você tinha aos
11 anos de idade. Mas será que vocês ainda são melhores amigos? Se sim,
sinta-se uma pessoa privilegiada, mas, se não, pode ficar tranquilo, porque
quase todo mundo perde contato com aquele superamigo da quinta série.
Se hoje você
chegar para uma criança de cerca de 12 anos de idade e dizer para ela que
aquela melhor amiga do universo inteiro possivelmente deixará de ter qualquer
importância com o passar dos anos, será uma baita crueldade. E possivelmente
essa criança vai dizer que isso não vai acontecer, pois fulana é a sua melhor
amiga de verdade.
Um estudo
publicado recentemente no Psychological
Science comprova aquilo que quem tem mais de 18 anos já sabe: o
seu melhor amigo de infância dificilmente será seu melhor amigo durante a vida
inteira. A pesquisa, que foi conduzida por Amy C. Hartl, analisou as relações
sociais de 410 alunos que, no início da avaliação, estavam na sétima série.
Ao avaliar as
amizades desses alunos uma vez por ano, Hartl os acompanhou até o último
período do equivalente ao Ensino Médio brasileiro. O resultado? Apenas 1%
dessas pessoas ainda mantinha o mesmo nível de amizade com aquele melhor amigo
da sétima série.
A
explicação para o fim da amizade que um dia já chamamos de eterna é bastante
plausível: com o passar do tempo, as particularidades de cada um acabam
afastando os amigos de infância. De uma maneira geral, a equipe de Hartl
percebeu que fatores como orientação sexual, popularidade e gênero são os
maiores responsáveis pelo fim dessas amizades.
Por
outro lado, questões como vida sexual, idade, etnia, agressividade e
competência acadêmica parecem não interferir na forma como fazemos e mantemos
amigos. A pesquisadora enfatiza a importância de seus estudos com base nas
emoções da adolescência, sempre à flor da pele, e que fazem com que o fim de
uma amizade tenha muito peso para quem perde o amigo. Não que esse tipo de
rompimento não seja difícil sempre, o que muda é a intensidade do sofrimento.
Na
pré-adolescência e na adolescência em si, todos nós passamos por conflitos
resultantes das nossas mudanças emocionais e cognitivas, de modo que qualquer
experiência negativa acaba tendo um efeito maior do que supostamente deveria.
Como é uma fase de conflitos familiares também, as amizades acabam tendo um
papel ainda mais importante na vida desses jovens. E quando elas acabam, o
sofrimento é garantido.
Hartl
descobriu mais alguns dados importantes: cerca de metade das amizades feitas
durante o ensino médio não chegam a durar um ano; amizades feitas durante a
sexta e a oitava séries são altamente instáveis devido às mudanças que o Ensino
Médio traz; na verdade, a maioria das amizades do Ensino Fundamental acaba com
a chegada do Ensino Médio. É chato, mas é verdade.
Fonte: Mega
Curioso
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