Realizada pelo Ibope, pesquisa nacional mostrou que as doenças
respiratórias mais prevalentes são asma e bronquite crônica. A maioria dos
brasileiros afirma que os problemas impactam de forma negativa suas atividades
cotidianas, como praticar exercícios físicos, dormir e trabalhar
De acordo com a
pesquisa, 60% dos homens com as consideram que a doença está‘bem controlada’,
contra 46% das mulheres. Entretanto, apenas 40% deles afirmou tomar algum
medicamento para melhorar os sintomas, em comparação com 60% das
mulheres(Thinkstock/VEJA)
Uma pesquisa
recém-divulgada pelo Ibope mostrou que 44% dos brasileiros apresentam sintomas
de doenças respiratórias -- asma e bronquite crônica em sua maioria.
O trabalho,
realizado com 2 010 brasileiros entre 18 e 65 anos, de todas as regiões do
país, mostrou que a maior prevalência dos sintomas respiratórios (65%) se dá
nos estados do Sul do país. O pneumologista e professor da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), Clystenes Odyr Soares, atribui esse dado ao clima da
região, caracterizado por invernos mais rigorosos e secos, em comparação com os
outros estados. "Temperaturas mais baixas associadas com pouca umidade
relativa do ar são consideradas um risco para a funcionamento do aparelho
respiratório", explica o médico.
Um dado curioso e
preocupante apontado pelo levantamento é o fato de que apesar de 91% dos
asmáticos considerarem que sua doença está "controlada", 72%
afirmaram que a doença impacta de forma negativa em suas atividades cotidianas,
como praticar exercícios físicos (74%), respirar (64%), dormir (53%) e
trabalhar (45%).
A percepção da
gravidade da doença foi maior entre as pessoas que dizem tratá-la. "Esse
levantamento nos alerta para a percepção equivocada que os pacientes têm em
relação aos sintomas respiratórios. E, consequetemente, podem não receber a
avaliação médica adequada", disse Soares.
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De acordo com o
médico, alguns sinais de que a asma não está controlada são: apresentar
sintomas diários (tosse, falta de ar, chiado e sensação de aperto no peito),
usar medicamentos mais que duas vezes na semana, acordar durante a noite ou
perceber qualquer limitação nas atividades diárias por causa da doença.
A asma é uma das
doenças crônicas respiratórias mais comuns e afeta tanto crianças quanto
adultos. Não existe uma causa única para a afecção, mas alguns fatores como
genética, ambiente (poeira, pelos de animais) e o tabagismo, podem aumentar a
probabilidade de seu desenvolvimento.
Estima-se que
cerca de 300 milhões de pessoas no mundo convivam com o problema e que sua
prevalência aumente em 50% a cada dez anos. No Brasil são 20 milhões pacientes
asmáticos, o que significa uma prevalência de 10% na população. A asma é a
quarta causa de internação pelo Sistema Único de Saúde, com 160 mil
hospitalizações em 2011. De acordo com Soares, no Brasil, a cada quatro horas
uma pessoa morre devido a complicações da doença.
A asma consiste
na inflamação crônica das vias aéreas, que se estreitam dificultando a
respiração. Embora não tenha cura, é uma doença controlável se tratada. Se não
tratado, o estreitamento das vias aéreas torna-se ainda mais espesso.
A única forma de
controlar a asma é pelo uso de medicamentos de manutenção. Tratam-se de remédios
de uso diário, com ação prolongada e compostos por anti-inflamatório
(corticoide) -- com ou sem broncodilatador (que age no músculo que envolve o
brônquio, reduzindo a inflamação e permitindo maior entrada de ar). Entretanto,
estudos mostram que cerca de 40% dos pacientes asmáticos não conseguem
controlar a doença mesmo com o uso destes medicamentos. Nesses casos, eles
precisam usar um tratamento de manutenção adicional -- na maioria das vezes, da
classe dos broncodilatadores.
Novo tratamento
- Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
aprovou um novo tratamento de apoio para pacientes com asma grave. De acordo
com um estudo realizado com cerca de 1.000 pacientes, o brometo de tiotrópio
melhora significativamente a função pulmonar, ou seja, facilita a entrada do ar
nos pulmões e reduz em 21% o risco de crise grave.
Fonte: Veja
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