Rafaela Silva foi
quem garantiu a primeira medalha de ouro para o Brasil na Olimpíada de 2016, em
uma luta contra a atleta da Mongólia, Sumiya Dorjsuren. Logo de cara, no início
da luta, Rafaela aplicou um wazari na adversária, que é a atual número 1 do ranking
da categoria 57 kg para mulheres.
Com um wazari,
Rafaela conquistou 10 pontos e soube administrar a luta até o final, com o
apoio da torcida brasileira. Nas disputas de hoje (dia 08 de agosto), Rafaela
já havia derrotado a romena Corina Caprioriu, a alemã Myriam Roper, a
sul-coreana Kim Jandi e a húngara Hedvig Karakas. A portuguesa Telma Monteiro
venceu por um yuko a romena Corina Caprioriu e ficou com a medalha de bronze.
“Treinei muito
depois de Londres porque não queria repetir o sofrimento. Depois da minha
derrota, muita gente me criticou, disse que eu era uma vergonha para minha
família, para meu país. E agora sou campeã olímpica”, comentou após a
conquista. “Para uma criança que saiu da comunidade com cinco anos e começou no
judô por brincadeira é demais. Eu dedico a todo mundo”, disse Rafaela.
Com sua família e
amigos nas arquibancadas, Rafaela cresceu com a vibração do público e reverteu
um histórico incomodo para a atleta, pois em cinco lutas contra a asiática,
Rafaela tinha vencido apenas uma vez, no ano passado.
Mas afinal, quem é
Rafaela Silva? Vocês lembram do filme de Fernando Meireles chamado “Cidade
de Deus”? Pois é, Rafaela saiu da comunidade carente e violenta para se tornar
a melhor judoca que o Brasil já teve. Nenhum outro judoca do país tem títulos
olímpicos e mundiais. Sarah Menezes, Aurélio Miguel e Henrique Guimarães tem
ouros olímpicos, mas nunca venceram Mundiais. João Derly (duas vezes), Tiago
Camilo, Luciano Correa e Mayra Aguiar tem o Mundial, mas não o ouro olímpico.
Hoje com seus 24
anos, a história da judoca começou em uma academia montada em sua rua, quanto
tinha apenas oito anos e seus pais buscavam uma atividade para acalmar a menina
brigona. Geraldo Bernardes, técnico de Flavio Canto, medalhista de bronze
dos Jogos de Atenas, teve seu destino traçado com o de Rafaela. Ela foi treinar
no Instituto Reação, que Bernardes e Canto criaram para ensinar judô em
comunidades carentes e evitar que o crime organizado seduzisse crianças da
favela.
Rafaela viu os
primeiros resultados do seu trabalho ainda em 2008, quando conquistou o título
mundial sub-20. Em 2009, ela foi a melhor brasileira no Mundial de Roterdã,
ficando em quinto lugar. Porém, houve um marco na sua carreira no ano de 2012,
que fez com que Rafaela quase deixasse o esporte. Eliminada por tentar um golpe
ilegal, ela foi bombardeada com mensagens racistas em redes sociais, e isso fez
com que ela quase desistisse do esporte.
Mas para a
felicidade dos brasileiros, a família, Bernardes e Canto não deixaram Rafaela
desistir, e no ano seguinte, ela já era campeã mundial e líder do ranking da
Federação Internacional de Judô, e nos últimos três anos, ela foi ao pódio em
quase todos os torneios que disputou.
Depois da sua
vitória, Rafaela fez algumas declarações, e uma delas com destaque para as
pessoas racistas que julgaram a atleta depois de perder nas Olimpíadas de 2012,
confiram:
“Foi uma resposta
para todos que falaram que eu era uma vergonha para minha família, que não
tinha capacidade de ir para uma olimpíada,que era para voltar para a jaula”,
Declarou Rafaela.
Fonte: Fatos Desconhecidos
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